quarta-feira, julho 11, 2007

Eu e meu diploma

Terminei a faculdade.
Ainda não recebi o diploma e não colei o grau, mas tecnicamente falando, eu já terminei a faculdade.
Só que eu ainda não sei o que fazer.
Nem faço idéia na verdade.
E é incrível como isto choca as pessoas. É como se todos tivessem que ter um plano de vida aos 10 anos de idade. E segui-lo fielmente. Daí se no ginásio (eu sei que não se fala ginásio mais, agora é ensino fundamental, mas eu acho feio, oras, problema meu) você decide mudar de idéia, logo começa a ouvir críticas, pois a escolha do segundo grau (por favor, não vamos discutir novamente, você com certeza já conhece meu ponto de vista) é super importante. Se mudar de idéia depois, quanto à faculdade, nossa, tenho pena de você, sei exatamente que este tipo de coisa demora meses para ser esquecida. Mas meus queridos leitores, não se atrevam a mudar de idéia no meio da faculdade, isto é farinha pra encher o saco de um ser humano por toda a vida.
Porque se vocês não têm decorado, o façam agora, a vida tem que ser exatamente assim: Se nasce, cresce, estuda, arruma um excelente emprego, um companheiro, procria-se e morre (com muito dinheiro pra deixar de herança). Só que pra se alcançar a parte do excelente emprego, há que passar pela fase do estudo, que reza a lenda é uma fase de preparação. Pois é, amigos, a concorrência é grande e você te que ser mais esperto que todo mundo. Logo, não há tempo pra se desperdiçar. Você tem que estudar muito, de preferência um pouco mais que todo mundo, ter um bom plano, e seguir em frente.
Nem preciso dizer que tempo é dinheiro e vantagem e que mudar de idéia vai contra tudo isso. É por isso que as pessoas ficam desesperadas quando vêem alguém confuso, é porque elas querem o seu bem, logo, querem que você chegue na frente. Claro que as pessoas terminam loucas e querendo se matar, mas para os humanos isto é normal, então pula esta parte. O grande problema é quando alguém foge à regra e joga tudo pro alto. Aí os humanos ficam loucos.
Não que eu vá jogar tudo pro alto. Vamos com calma. Eu simplesmente estou caminhando no escuro por agora. Simples assim. Terminei a faculdade e não acho isso nada demais. Isso não me torna mais inteligente ou apta que ninguém. Nem me sedimenta ou algo do tipo. Não na minha cabeça. Eu poderia muito bem pendurar meu diploma num malabar e entrar pro circo. Ninguém mais entende isso, mas pra mim é super normal. Poderia também enfiar o meu diploma numa mochila e sair com ele por aí, sem rumo. Afinal, diplomas provavelmente também gostam de passear. E seriamos os dois felizes, eu e o diploma.
Conheço muita gente que teria arrepios ao me ouvir dizendo isso. Só que é a pura verdade. Eu não sei o que fazer, oras. E realmente acho o circo muito mais interessante que algum escritório. E a estrada mais bonita que qualquer shopping center. Ou o mundo é muito estranho ou eu sou uma marciana, porque, pra mim, a vida deveria partir de uma escolha pessoal baseada num desejo íntimo da pessoa. E eu deveria estar fazendo cinema. Porque eu me recuso a usar terno e gravata e trabalhar com gente chata. E convido você, caro leitor, a fazer o mesmo. Livre-se do seu patrão. Roube ele e fuja. Melhor ainda: todos que trabalharem, façam um rombo na sua empresa, vamos fazer um fundo pró-liberdade! Compramos uma ilha, fundamos o Estado da Marmelada e pronto, circo pra toda parte. Ou eu me candidato a presidente e todos vocês votam em mim. Uhmm, vendo daqui, já tenho quatro votos! É assim que se começa mesmo. É, viram, em alguns poucos minutos já arrumei o que fazer. Vou pegar meu diploma e seremos presidentes.

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