sábado, novembro 03, 2007

Importâncias quase desimportantes



Eu acordei hoje cheia de coisas para dizer

Mas aquele estado sonâmbulo me tomou todas as palavras

Agora eu não lembro mais o que queria contar

E assim, mais uma vez, mil palavras ficam não ditas
E se perde tanta coisa desse mundo
Eu somente queria que você pudesse entrar dentro da minha cabeça
Para que não perdesse nada disso
Para que entendesse tudo o que eu não digo
Tudo o que eu não conseguiria pronunciar

Ver tantas imagens que sentem medo demais para conhecer o mundo

Mas, sei que seria difícil entender a bagunça aqui dentro

Todos os pensamentos divergentes convivendo pacificamente
E
músicas que somente fazem sentido pra mim
Evito pensar que ninguém nunca vai entender

Já que é difícil
demais para mim mesma
Mas começo a me acostumar com a idéia da solidão

E ela me parece cada vez mais delicada

Ainda que delicadeza não combine comigo

De qualquer maneira
...
O tempo mudará tudo
Daqui há um ano ou uma semana

E novamente tudo mudará de lugar
Pessoas entram e saem por esta porta

As vezes eu nem pergunto seus nomes

Talvez porque eu já saiba

Talvez porque eu não
faça questão de saber
E algumas delas roubam coisas muito importantes aqui dentro

Mas nunca é possível impedir isso
A partir
daí cada vazio lembra alguma coisa
E as sugestões são fortes demais para serem ignoradas
De repente, eu me lembro de todas as coisas

E tudo passa a ser importante para mim

Até mesmo Deus

quinta-feira, novembro 01, 2007

Nosso ritmo

Tem tanta coisa na minha cabeça
Tanta coisa em direções opostas
Que falar sobre isso me deixaria louco
e tentar entender seria impossível
Mas, ao menos, tenho muita coisa na cabeça
e ando pensado muito
Sobre mim e sobre a vida
As vezes sinto que a entendo cada vez mais
As vezes sinto que a entendo cada vez menos
Mas, ao menos, estamos conectadas uma com a outra
Nos encontramos todos os dias
e nos olhamos nos olhos em todas as esquinas
Em todos os sorrisos de criança
Porque não queremos simplesmente passar uma pela outra
Queremos nos sentir
e nos conhecer
Como se eu fosse ela e ela fosse eu
Porém, eventualmente, nossos rostos nos parecem invisíveis
Ficamos por longos momentos tentando achar algo que signifique mais
Contentando-nos em não encontrar
É quando me vejo num mundo todo branco
E todas as formas me parecem iguais
Sem cores, sem moldes
Não há nada que se pareça com felicidade
Aí, de repente, ouço um riso suave
Tudo volta ao seu lugar
E meu coração volta a bater no mesmo ritmo que o dele