quarta-feira, março 21, 2007

Possibilidades

Infinitas Possibilidades


E se eu for o capataz, o chicote e o escravo ao mesmo tempo?
Se eu for o que luta, o que apanha e o que foge?
E se dentro de mim todas as criaturas gritarem por não saber como falar?
Sinto que trago comigo além de todos esses personagens
Toda uma multidão e uma estória
E essa multidão que grita, que cala
Só me devora, me arrasa
É só outra ilusão que não passa
Quando tento falar comigo mesmo
Procuro em vão por uma só voz
É sempre uma música
Ou uma repetição qualquer tentando me imitar
E então eu continuo aqui perdido
Desde que nasci tentando me encontrar comigo
E sigo todos os caminhos
Esperando que um dia algum seja meu
Tentando reconhecer cada pedra
E cada cor que se esqueceu
Preocupado com o fim eu finjo não estar
Pois sem saber como trilhar, como chegarei lá?
Por hora só dor eu tenho
E muito medo de mudar
Para algo que eu não conheça e não entenda
E não conseguir voltar
Fujo do amor
E de tudo o mais que deveria buscar
Fujo da verdade
E busco a verdade
Assim mesmo, ao mesmo tempo
E vou vivendo sozinho
Com o vazio da multidão que carrego
Mas e se realmente eu for o que parte, o que espera e o que protela?
Ainda bem que estou só de passagem
Esquecendo que a vida é plena
Fico triste e choro
Mas termino achando que compensa
O sabor do sonho do qual não se desperta
Entretanto há quem diga que é por medo ou pena
Espero que na minha multidão
Tenha ao menos um pra enfrentar o desespero
E que nem o despertar tema!

2 comentários:

Anônimo disse...

Nós medo e desejo e somo feitos de silêncio e sons... Tem certas coisas que eu não sei dizer!

Anônimo disse...

Nós somos medo e desejo e somos feitos de silêncio e sons... Tem certas coisas que eu não sei dizer!